segunda-feira, 15 de março de 2010

Sonho I

Oi, eu sou Stella. Se você já me viu na rua, com certeza pensou "ah, é só mais uma adolescente qualquer.". Talvez eu seja. É por isso que o que me traz aqui não é o que eu faço quando estou acordada, mas sim minha vida quando estou dormindo. Sei que muitas pessoas têm sonhos malucos, talvez até mais que os meus, mas gostaria de compartilhar um pouco dessa minha "vida inconsciente" com vocês.
Outro dia aconteceu algo muito interessante. Resolvi passar a tarde na biblioteca do meu colégio com a Ana, minha melhor amiga, estudando para as provas que seriam na semana seguinte. Sentamos e começamos por Física. Chegou uma hora em que o sono estava muito grande e parei, enquanto Ana tentava fazer uma questão. Observei seu esforço para juntar todas aquelas informações e encaixá-la nas fórmulas...
Foi então que, de repente, começou a sair algo de seus ouvidos. Aproximei-me um pouco e vi que aumentava. Era algo cinza e meio parecido com... fumaça? Ai meu Deus! Era fumaça!! Em pouco tempo, minha amiga estava envolta em uma nuvem cinza e sua cara era de extrema concentração enquanto ela continuava tentando resolver o problema. Ela nem ao menos viu que sua cabeça estava queimando por dentro de tanto esforço!
Fiquei observando a cena por alguns minutos, paralisada, até que ela olhou para mim e abriu a boca, como se fosse falar comigo. Mas ao invés de som, tudo o que saiu foi fumaça.
Antes que ela terminasse de tentar dizer meu nome, sua cabeça pegou fogo. Desesperada, olhei a minha volta procurando por ajuda. Comecei a gritar desesperada, mas ninguém me ouvia; as pessoas pareciam não ter a mínima noção do que estava acontecendo. Saí correndo para o banheiro, buscando água. A moça estava prestes a começar a faxina e tinha o balde quase cheio. Arranquei-o de suas mãos e corri para jogá-lo em minha amiga.
Finalmente o fogo se apagou. Estranhei como sua cara podia estar tão limpa depois disso tudo, e o único indício do ocorrido era um pequeno buraco na gola de sua farda, com margens acinzentadas. Ela, é claro, parecia não ter notado nada e simplesmente baixou a cabeça e voltou aos estudos. Frustrada, sentei-me em minha cadeira e observei sua blusa queimada.
Após alguns segundos, Ana pareceu voltar a si e olhou para mim, empurrando-me de leve: "Stella, acorda!" De repente o buraco sumiu e ela estava perfeitamente normal, contando-me que eu adormecera.

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